25 de novembro de 2016
Após noite de pico de frequentadores, Pôr do Sol amanhece coberto de lixo; 30 mil litros foram retirados do local por vizinhos do parque
A noite de 14 de novembro tinha tudo para ser memorável. Naquela segunda-feira, estava prevista a maior superlua dos últimos 68 anos, fenômeno causado pela proximidade entre o satélite natural e a Terra. O céu nublou, frustrando as expectativas das milhares de pessoas que foram ao Parque Pôr do Sol, no Alto dos Pinheiros, em busca de uma vista privilegiada. Mesmo assim, a data vai ficar gravada na cabeça dos moradores do entorno, mas por outro motivo: o estado em que o local amanheceu, tomado pelo lixo.
A situação era tão crítica que os próprios vizinhos do parque resolveram se mobilizar. Eles colocaram a mão na massa e assumiram a tarefa de limpar a área. Foram retirados cerca de 150 sacos de 200 litros com os resíduos deixados na noite anterior.
“O que aconteceu naquela segunda-feira foi um pico, não tem toda semana, mas já ocorreu outras vezes”, relata José Ricardo Rezende, presidente da Associação dos Vizinhos da Pôr do Sol (Avisol), organização criada em 2011 para combater a degradação do parque.
Ironicamente, a noite de “caos” aconteceu um dia após um importante passo para a implementação de melhorias no parque. No domingo, 13 de novembro, aconteceu a eleição para o conselho gestor do espaço, do qual tanto José Ricardo Rezende quanto a SAAP passaram a fazer parte.
Se o pico de frequentadores na noite da Superlua foi uma situação episódica, o uso desordenado do parque nos finais de semana tem sido a norma há muito tempo. “É natural que o lugar encha durante o pôr do sol, porque muita gente vai para apreciar a vista. O problema é que, às duas horas da manhã de sábado, costuma ter tanta gente quanto no fim da tarde. É um lugar com quarenta anos de idade e que nunca passou por reforma em sua estrutura. Não comporta esse tipo de uso”, ressalta Rezende, que sempre foi vizinho do parque, antes praça.
A mudança no status do local, aliás, foi exatamente para tentar adequar a estrutura ao uso intensivo da área. Na condição de parque, o Pôr do Sol passa a receber administração e orçamentos próprios, vigilância constante, limpeza diária e infraestrutura de banheiros e bebedouros.
O cercamento do espaço também está em discussão. Rezende destaca que a Polícia Militar realiza rondas diárias no local, mas, nos horários de pico, não há muito o que fazer em razão tanto da alta incidência de pessoas quanto de ambulantes vendendo bebidas e alimentos.
“Outro dia, a polícia chegou a fazer ‘rapa’ nos ambulantes às 19h, apreendendo seus produtos. Às 20h, já havia outros vendedores no local”, relata.
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