30 de janeiro de 2018
Febre amarela: o que você precisa saber para se proteger
Na terça-feira (16), a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a considerar todos os municípios de São Paulo como áreas de risco de febre amarela, em resposta ao aumento de casos da doença registrados no estado — foram 11 mortes apenas neste ano. Diante desse quadro, mais do que nunca, é fundamental se munir de informações sobre o tema e adotar medidas de prevenção.
Para esclarecer suas dúvidas, morador de Alto dos Pinheiros, o site da SAAP entrevistou o infectologista Hélio Bacha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBM). Confira a seguir o que você precisa saber sobre a febre amarela e veja quais os postos de vacinação mais próximos do bairro.
Contágio
O consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia explica que a transmissão se dá exclusivamente por meio da picada de mosquitos infectados pelo vírus da febre amarela — então, nada de acreditar naquela história de que é possível contrair a doença de macacos ou pelo contato direto com outras pessoas, ok?
Em regiões silvestres, os mosquitos do gênero Haemagogus são os principais transmissores, enquanto nas cidades, é o Aedes aegypti — vetor da dengue, Zika e chikungunya — o responsável por disseminar o vírus.
Fases da doença
São três as fases da doença, destaca Bacha. “Na primeira, o paciente apresenta problemas como febre e dores de cabeça e no corpo, que são facilmente confundidos com infecções como dengue e mononucleose. Na segunda, a pessoa melhora. Porém, na terceira etapa (lá pelo quarto dia de evolução), a febre amarela vem em sua forma mais grave, podendo até mesmo levar à morte”, alerta.
Como a infecção manifesta sintomas comuns a outras doenças nos primeiros dias, é difícil identificar a febre amarela em seu estágio inicial. Assim, não são raros casos em que pacientes só começam a receber os cuidados médicos necessários quando já apresentam problemas graves, como hemorragias, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) e insuficiência hepática e renal.
Como agir se houver suspeita?
“Quem estiver em condições de suspeita deve procurar um médico, pois ele é o único que poderá fazer o diagnóstico correto. A pessoa também não deve tomar medicamentos que tenham ácido salicílico em sua composição, pois isso pode agravar o quadro. Nos casos mais graves, são necessários cuidados muito especiais, e o paciente pode até ser encaminhada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, diz o infectologista.
Prevenção
A forma mais garantida é tomar a vacina. E como são cerca de 10 dias entre a aplicação da dose e a imunização, é recomendável recorrer a repelentes, roupas compridas e telas de proteção nas janelas para evitar o contato com o mosquito transmissor durante o período.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu antecipar o início da campanha de vacinação contra a febre amarela para sexta-feira (26). A expectativa é de que, ainda no final do próximo mês, os trabalhos sejam iniciados na região central, Sul e Oeste (o bairro de Alto dos Pinheiros está incluído).
No estado, as ações também serão antecipadas. O “Mutirão da Vacina contra a Febre Amarela”, previsto para começar na segunda-feira (29), acontecerá a partir desta quinta-feira (25).
Dose fracionada X dose padrão
Tanto a campanha municipal quanto a estadual serão realizadas com doses fracionadas da vacina. Mas você sabe qual a diferença em relação à dose padrão? De acordo com o Ministério da Saúde, o que muda é, obviamente, a dosagem e o tempo de proteção.
Na padrão, aplica-se 0,5 mL da vacina, enquanto na fracionada, a quantidade é de 0,1 mL. A primeira protege para a vida toda. Já a segunda, por oito anos ao menos. Saiba mais aqui.
Por enquanto, os postos de vacinação na capital ainda estão oferecendo a dose total (confira os endereços). É possível se vacinar também em estabelecimentos particulares.
Dados do estado
De janeiro de 2017 até agora, foram reportados no estado de São Paulo 196 casos suspeitos de febre amarela. Destes, 69 tiveram confirmação, sendo que em 40 deles a doença foi contraída dentro do próprio estado. Em relação aos casos autóctones, 21 resultaram na morte das pessoas infectadas.
Importante destacar que não há registro de febre amarela silvestre autóctone na capital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Não há ainda notificação de febre amarela urbana no país desde 1942.
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