24 de janeiro de 2019
Em reunião, SAAP cobra ativação de convênio com Secretaria de Segurança
Há quase um ano, a SAAP assinou um convênio inédito com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) para ligar um conjunto de câmeras de Alto dos Pinheiros ao sistema Detecta, implantado em 2014 pelo governo estadual e que reúne o maior banco de informações policiais da América Latina. A questão é que, embora o pontapé inicial tenha sido dado, muito pouco avançou até agora. E foi para cobrar a efetivação da parceria que a associação se reuniu no dia 16 deste mês com o secretário executivo da Polícia Militar da SSP, Coronel Camilo.
“Apesar de termos assinado o convênio, as câmeras não haviam sido integradas ao sistema. Elas agora já estão conectadas, mas ainda não recebemos os relatórios mensais com dados sobre ocorrências e alarmes disparados pelos equipamentos em Alto dos Pinheiros”, explica a vice-presidente da SAAP, Márcia Kalvon Woods, uma das participantes da reunião.
Durante o encontro, no qual também esteve presente a associação Ame Jardins, Coronel Camilo – que quando deputado estadual ajudou a SAAP a costurar o convênio com a SSP – garantiu que a polícia passará a entregar os dados periodicamente à associação.
Entendemos que essa é uma maneira de mostrarmos, objetivamente, a importância da aproximação entre a sociedade civil e as forças de segurança pública, inspirando outros convênios nos mesmos moldes para ajudar no combate à criminalidade.
Vigias
Questões relacionadas a vigias de rua também entraram na pauta da reunião. A pedido de moradores do bairro, a SAAP elaborou uma cartilha com instruções para que o serviço seja contratado da maneira mais segura possível. O problema é que, na prática, o processo esbarra em limitações, como a falta de infraestrutura de delegacias – uma etapa fundamental antes da contratação é o cadastro do profissional no distrito policial responsável pela região onde ele atuará.
“Por exemplo, não há equipamentos de biometria e nada é informatizado, tudo precisa ser feito com papel”, critica Márcia.
Isso foi levado ao secretário executivo, que também ouviu dos representantes da SAAP apelos sobre a necessidade de a polícia tomar medidas ao constatar que um candidato a vigia de rua tem antecedentes criminais.
A respeito desse tema, no entanto, não se chegou a nenhum tipo de solução, ainda que Camilo tenha dito que analisaria a situação.
Conseg
A Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg) – existe uma para cada distrito policial paulista – foi outro assunto discutido no encontro. Criada para servir de canal de contato entre a sociedade e órgãos de segurança pública, essa ferramenta se transformou, ao menos em Pinheiros, em um balcão de reclamações que, por vezes, nada têm a ver com segurança.
“As pessoas acabam trazendo problemas individuais e até casos de zeladoria”, relata Márcia, que acrescenta: “O Conseg deveria encaminhar discussões mais sistêmicas e ter função estratégica”.
Coronel Camilo, entusiasta do conceito de policiamento comunitário que existe em torno dos Consegs, disse que pensaria em maneiras de tornar esse instrumento mais efetivo.
Não saímos da reunião com todas as arestas aparadas, mas um ponto positivo precisa ser comemorado: estabelecemos, de fato, um canal de comunicação com a Secretaria de Segurança. E será por essa “ponte” que nós, sociedade, expressaremos preocupações e cobraremos resoluções.
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