24 de novembro de 2021
Vamos usar melhor as casinhas de livros do nosso bairro?
Elas são pequenas joias espalhadas pelas praças de Alto dos Pinheiros. Cinco ao todo: na Vicentina de Carvalho, na Província de Saitama, na Japuba, na Conde de Barcelos e na Capitão Mateus de Andrade. As casinhas de livros começaram a ser instaladas no bairro em fevereiro de 2018, inspiradas numa ideia francesa (conheça a história do projeto na nossa região). Desde então, moradores, trabalhadores e transeuntes podem, a qualquer hora, passar pelo local e deixar ou pegar um livro nessas estruturas — casinhas de madeira, fechadas (nunca trancadas) com porta de vidro, sobre um pequeno pilar também de madeira.
Pode-se dizer que viraram um sucesso: em pouco menos de 4 anos, mais de 5 mil livros já circularam pelo projeto Livros Livres. Que, aliás, é tocado voluntariamente por uma moradora do bairro, Emma Bovary – pseudônimo tomado da protagonista do livro “Madame Bovary”, aficionada por leitura.
São pequenas joias, sim. São um sucesso, sim. Mas podem funcionar melhor com a colaboração dos usuários. Por isso, Emma e a SAAP lançaram uma campanha com quatro dicas.
Ao pegar um livro, deixe outro: “O princípio do projeto não é ser uma brincadeira de mão única. É fazer as obras circularem”, comenta Emma.
Deixe também livros infantis: Esses são os mais procurados e os que menos retornam. Por isso, tornam-se especialmente bem-vindos. “Há sempre muitas crianças brincando nas praças, então é bacana ter livros infantis nas casinhas”, reforça a moradora.
Deixe livros em bom estado: As casinhas não são depósito de papel mofado nem de obras rasgadas – para isso existe a reciclagem. Novamente: a ideia é fazer os livros circularem.
Que tipo de livro pode ser deixado: Quase todos os tipos. Só não são aceitos os técnicos e didáticos (por terem público muito específico, com poucos interessados) e os religiosos (para evitar que os locais se tornem alvo de proselitismo, veículos para propaganda – ou pior: disputa – religiosa).
Assim que foi lançada, a campanha imediatamente o ganhou apoio de duas empresas amigas do bairro: a prestadora de serviços de segurança Aster e a startup de reciclagem Valora.
“As casinhas estimulam um reaproveitamento dos livros, no sentido de dar nova vida a eles depois do primeiro uso. E estimulam também a educação e a parte social, que a gente preza muito”, afirma a responsável pelo marketing da Valora, Carolina Simões. “A Aster nasceu em Alto dos Pinheiros e está sempre colaborando com iniciativas comunitárias do bairro. Cuidar das casinhas é zelar pelo coletivo”, defende o CEO da empresa, Fábio Fragoso.
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