5 de junho de 2020
A flexibilização é como uma carta náutica para fazer a travessia do mar revolto, diz vereador em conversa com a SAAP
Foi com uma metáfora marítima que o médico e vereador Paulo Frange (PTB) explicou a flexibilização da quarentena do governo do estado de São Paulo: “É como uma carta náutica (espécie de mapa do oceano) para fazer a travessia do mar revolto”. Com isso, ele ressaltou o planejamento por trás das medidas de abertura, mas ponderou que a comunicação tem sido uma barreira.
Frange foi o quinto participante de conversas que a SAAP tem feito com vereadores para saber como estão os trabalhos na Câmara durante a pandemia, e discutir temas de interesse da cidade e de Alto dos Pinheiros.
Muita gente achou que a flexibilização se iniciaria já no dia 1º de junho, quando, na verdade, ainda haverá 15 dias de quarentena, ao fim dos quais os municípios serão avaliados para ver se podem começar a abrir.
“A comunicação ainda é difícil em termos de saúde, as pessoas ficam muito na mão de informações do WhatsApp”, ressaltou Frange.
Ele apontou, porém, que o município de São Paulo apresenta dados positivos, que podem indicar o início do processo de abertura: “A cidade tem capacidade de investimento. Houve achatamento da curva, o poder público ampliará a testagem de quem trabalha com segurança e saúde, e há muito mais leitos de UTI aqui do que em outros países, como França e Espanha”.
Hospital Panamericano
A conversa sobre saúde e capacidade hospitalar instalada acabou indo para uma questão de interesse de Alto dos Pinheiros: o que fazer com o Hospital Panamericano?
O imóvel está fechado desde que a instituição faliu, foi desapropriado em 2014 pelo governo do estado e chegou a sofrer invasão de sem-tetos em 2015, com um final quase trágico após um princípio de incêndio.
A SAAP e os moradores de Alto dos Pinheiros colocaram-se contra a ideia de transformá-lo em um centro de traumatologia, o que aumentaria muito o fluxo de ambulâncias em nosso bairro, que é residencial, desobedecendo a lei de zoneamento
Frange acenou com a possibilidade de se fazer ali algum uso que não envolva receber casos de emergência, brecando o barulho das sirenes.
“Ali foi definido como uma Zona de Ocupação Especial (ZOE), o que dá à sociedade uma participação maior sobre o que pode ser feito. Poderia virar, por exemplo, um espaço de transplante renal ou para próteses de mama de mulheres que tiveram câncer.”
O vereador, por fim, lembrou que, em 2021, haverá a revisão da Lei de Zoneamento, e que essa será uma oportunidade para a SAAp se articular e conseguir mudanças que interessem a Alto dos Pinheiros. Certamente acompanharemos de perto esse processo importantíssimo, como temos feito ao longo dos anos.
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