27 de julho de 2013
Debate do plano diretor tem pouca adesão dos paulistanos
Gazeta de Pinheiros, 27/07/2013
Acontece neste sábado (27) nas regiões de Pinheiros, Butantã e Lapa mais uma rodada das audiências sobre a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE), instrumento que será utilizado como referência no desenvolvimento urbano de São Paulo nos próximos anos. Porém, na maioria das vezes, a adesão popular nos debates propostos pela administração municipal é baixa e pode influenciar diretamente na qualidade de vida dos paulistanos no futuro. Em média, cada sessão atrai de 100 a 200 pessoas, o que é pouco se comparado aos mais de 11 milhões de habitantes da metrópole.
“A importância do PDE pode ser medida pelo impacto que a última edição, em vigor desde 2003, teve na cidade. Parte dos graves problemas que enfrentamos atualmente, como a devastação do meio ambiente e do patrimônio histórico, o trânsito caótico e a especulação imobiliária desenfreada são decorrência direta da falta de participação popular”, afirma o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies.
Os motivos para a tímida participação popular na decisão do planejamento urbano são variados. Para a diretora-executiva do Movimento Defenda São Paulo, a arquiteta Lucila Lacreta, o governo municipal deveria esclarecer melhor o cidadão a respeito do tema. “As regras do PDE são extremamente complexas e exigem uma ampla compreensão e acompanhamento, o que justifica a presença majoritária de membros de associações de bairro e entidades civis nas audiências públicas. O paulistano comum, que trabalha o dia inteiro e tem compromissos no final de semana, fica completamente alheio ao que é discutido”.
A falta de cultura da sociedade brasileira nas decisões do poder público também é apontada como justificativa para a pouca repercussão das audiências. “É um processo de aprendizado que levará um tempo para maior envolvimento e familiaridade com os mecanismos de democracia participativa. Por outro lado, há também o caso de cidadãos que não acreditam que suas demandas serão acatadas pelos governantes, que as audiências são ‘para inglês ver’. Há uma forte descrença com a política”, comenta Jorge Rubies.
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