11 de setembro de 2013
Há quase 40 anos, Saap luta pelo Alto dos Pinheiros
Gazeta de Pinheiros, 06/09/2013
Apesar de ser responsável por uma das áreas mais nobres da cidade, a Associação de Amigos de Alto dos Pinheiros (Saap) constantemente enfrenta desafios. Não à toa, os membros da entidade se reúnem com frequência para debater soluções de problemas locais a fim de dialogar ou cobrar as autoridades. Situada em um perímetro com mais de 5 mil residências, a Saap, por meio de sua presidente Maria Helena Bueno, foi convidada pela Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais a apresentar com mais detalhes seu trabalho com vistas à qualidade de vida no bairro.
Maria Helena Bueno, presidente da Saap / DG
Gazeta de Pinheiros – Há quanto tempo mora no bairro?
Maria Helena – Moro no bairro há 13 anos, mas sou associada da Saap há cerca de 20 anos, quando comprei um terreno no Alto de Pinheiros. Durante um longo tempo a associação teve poucos presidentes e começou pequena, em dezembro de 1977. Depois os problemas aumentaram e os moradores passaram a se interessar mais para solucioná-los.
GP – Há quanto tempo está no cargo de presidente?
MH – Estou há seis anos como presidente. Desde a fundação, a maioria dos presidentes era engenheiro ou urbanista. Sou psicóloga, aposentada. Desde que encerrei minhas atividades na área assumi o cargo porque gosto de agregar e mediar opiniões diferentes. Além disso, gosto de comparecer a todas as reuniões que interessam aos moradores, como, por exemplo, as do Plano Diretor.
GP – Qual o perímetro de atuação da Saap?
MH – Atuamos desde a Avenida Professor Frederico Hermann Júnior até a Rua Berlioz e da Marginal Pinheiros até a Rua Cerro Corá. Em toda essa área existem cerca de 5 mil residências.
GP – O Alto de Pinheiros é um bairro caracteristicamente residencial. Quais sãos a dificuldades em manter este perfil?
MH – Temos problemas apenas com algumas casas, alugadas para escritórios e consultórios. Isso porque em alguns destes imóveis estão instaladas muitas salas, que ocasionam em vários carros de clientes estacionados nas ruas, atrapalhando a circulação de ônibus e o acesso à garagem dos moradores.
Por outro lado, há problemas também com os imóveis desocupados, pois os proprietários não conseguem alugá-los ou vendê-los com facilidade. Tivemos o caso de uma residência com foco de dengue na piscina, por exemplo.
GP – O bairro é privilegiado por suas áreas verdes e ruas arborizadas. Há desvantagens nesta característica?
MH – A iluminação é precária, pois temos muitas árvores que dificultam a iluminação e facilitam assaltos. Há também problemas com cupins que desgastam as árvores. Por termos muitas praças, nós também não damos conta de utilizá-las, são mal aproveitadas e, por isso, degradadas.
GP – Quais são os problemas urbanísticos que um bairro majoritariamente residencial como o Alto de Pinheiros enfrenta?
MH – Um dos principais problemas é a concentração dos serviços em apenas alguns pontos, como a Praça Panamericana, onde há supermercado e outros locais de conveniência. Só que para os moradores chegarem até estes locais é preciso se deslocar longas distâncias de carro. O Alto de Pinheiros foi um bairro projetado há muitas décadas, mas que hoje já não funciona bem.
GP – Como vocês têm acompanhado a discussão sobre o Plano Diretor?
MH – Temos acompanhado todas as audiências públicas na região. Por meio do Plano Diretor, vamos tentar trazer o comércio para pontos específicos do bairro, de maneira que os moradores consigam estabelecer o tipo de comércio que querem, com limites, para que não haja um desequilíbrio entre comércio e residências. O atual zoneamento “engessou” o bairro. É preciso algumas mudanças.
GP – De que maneira a implantação da futura Linha 20 – Rosa do Metrô pode impactar no bairro?
Ter uma estação de metrô no bairro é ótimo, muito cômodo. Mas como o fluxo de pessoas circulando pelo bairro vai aumentar precisaremos ter atenção especial na segurança. Ainda estamos buscando informações sobre o projeto.
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