15 de março de 2014
Moradores reclamam de estragos após carnaval
Gazeta de Pinheiros, 14/03/2014
Reunião com moradores e blocos discutiu os resultados da festa deste ano
Na última quarta-feira (12), o clima ficou quente na reunião sobre o balanço do carnaval de rua na região, realizada na sede da Subprefeitura de Pinheiros. Mais de 80 pessoas estiveram presentes no encontro entre moradores, lideranças de blocos e representantes da administração regional e da Polícia Militar (PM). Não faltaram ânimos exaltados e reclamações.
Atos de vandalismo, comércio ilegal de bebidas, bloqueio do trânsito, sujeira nas ruas e uso de drogas em vias públicas foram algumas das situações relatadas pelos moradores às autoridades. Nos dias posteriores ao feriado, a Praça Benedito Calixto foi um dos locais onde os efeitos negativos da festa puderam ser constatados: placas de rua derrubadas, árvores destruídas e fachadas de lojas pichadas.
Os blocos não passaram pela praça, pois esta não constava no roteiro oficial do carnaval na região. Porém os malotões instalados pela subprefeitura nas ruas de acesso ao local, a fim de evitar a entrada de veículos com caixas de som e vans de comércio informal, foram derrubados por foliões que não tinham relação com os grupos carnavalescos. Assim, a venda de bebidas ao ritmo de funk, diferentemente das marchinhas dos blocos, foi frequente na Benedito Calixto durante o feriado.
O encontro foi um dos poucos desde o ano passado onde integrantes dos blocos se dispuseram a dialogar diretamente com os moradores. “Ao invés de deixar o poder público tomar a decisão sobre o futuro da festa, todos nós precisamos discutir a questão”, afirmou o produtor de teatro Paulo Marcel de Almeida, morador da região e membro do bloco Antiacadêmicos do Baixo Pinheiros.
Ainda segundo Paulo de Almeida, além dos problemas apresentados na reunião, o carnaval de rua precisa ser encarado por outro ângulo. “O que precisamos é de estrutura para o evento, um patrocinador que banque uma festa bonita, que há anos estava morta na cidade. Essa é uma oportunidade de celebrarmos o convívio social, pois São Paulo é um lugar opressivo onde as pessoas se evitam. No meu bloco, eu vi crianças, idosos e motoristas dando a passagem para quem estivesse atravessando a rua”, disse.
A dimensão da festa em relação às características das vias de Pinheiros e Vila Madalena também foi abordada pelo subprefeito. “Nos locais onde há concentração de comércio, casas e prédios residenciais, os conflitos são sempre maiores. Portanto, podemos pensar em breve em pontos de dispersão que não tenham esta configuração, para onde o público seja atraído por algum outro evento pós-blocos. A Avenida Paulo VI e o Largo da Batata, depois que as obras forem finalizadas, são algumas das alternativas de espaços”, afirma Ângelo Filardo.
Ele também defende outras opções de lugares para o carnaval de rua em São Paulo. “Aqui temos pessoas com potencial para desenvolver a festa em outras regiões da cidade, que poderiam se utilizadas para desafogar Pinheiros”, diz o administrador.
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