6 de fevereiro de 2017

Prefeito de Pinheiros promete cortar gastos e fortalecer parceria com iniciativa privada

foto-paulo-mathias

Melhorar a estrutura da zeladoria urbana está entre as prioridades do prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, que assumiu o cargo há um mês. Para cuidar da área formada pelos distritos de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Itaim Bibi e Jardim Paulista e ocupada por quase 290 mil habitantes, Mathias, 26 anos, promete “fazer gestão”, o que, segundo ele, significa cortar custos desnecessários.

Nesta parte da entrevista ao blog da SAAP, o novo prefeito regional fala sobre descentralização de serviços, renegociação de contratos e destaca a importância do fortalecimento de parcerias com o setor privado, uma das bandeiras levantadas por João Doria durante a campanha à Prefeitura de São Paulo — da qual Mathias foi um dos coordenadores.

Confira trechos da entrevista.

SAAP — O que muda na prática com a adoção do nome de prefeitura regional para as antigas subprefeituras?

Paulo Mathias — Além de ser uma mudança psicológica, pois o nome sub é meio enfraquecido, há também uma questão prática. Hoje, há realmente prefeituras regionais espalhadas em todos os cantos da cidade. Para você ter uma ideia, temos adotado uma reunião de integração local, mensal, com todos os aparelhos públicos da cidade, seja do governo do estado, seja do governo municipal. No dia 30, nós nos reunimos com todos os capitães da Polícia Militar que atuam na região, diretores de hospital, de escolas, de bibliotecas e de museus. Além disso, a varrição e a coleta seletiva vieram para a Prefeitura de Pinheiros e para as outras regionais. A questão do lixo estava distante, na Secretaria Municipal de Serviços.  O Psiu [Programa de Silêncio Urbano] está vindo também. As prefeituras regionais ganharam musculatura.

Vocês estão recebendo serviços que antes eram feitos de maneira mais centralizada?

É a descentralização e o empoderamento, promessas de campanha do prefeito João Dória e que estão sendo executadas.

O que muda exatamente na varrição e na coleta seletiva?

Antes, a coleta e a varrição estavam vinculadas à Secretária Municipal de Serviços, então, tínhamos de fazer uma demanda para outro órgão para nos ajudar num serviço básico, que é o de limpeza urbana. Hoje, ele está sob nossa responsabilidade, o que facilita a interlocução e a rapidez de retorno.

Vocês estão pensando também em mudanças nos Ecopontos? Há ideia de implantar outros?

Estamos estudando ainda. Mais para frente, vamos ter uma política clara em relação aos Ecopontos para poder passar com todo o detalhamento possível.

Quais as prioridades da gestão para a área de Pinheiros?

Instituir uma zeladoria urbana suficiente para a região. Nós pegamos uma zeladoria urbana completamente deficitária, pouquíssimas equipes, pouquíssimo apoio da própria prefeitura. Hoje, a visão é de que Pinheiros precisa de uma estrutura um pouco melhor para que a gente possa atender todas as demandas, principalmente em períodos chuvosos.

Essa concentração de serviços significa maior orçamento dedicado às prefeituras regionais?

Neste ano não. O orçamento de 2017 foi definido no ano passado, então, acho que não teremos alteração orçamentária. Mas, em 2018, creio que sim.

E como vocês farão para equilibrar mais serviços com um orçamento do ano passado, pensado para outra estrutura?

Fazendo gestão de contratos, negociando, pedindo a colaboração e a cidadania dessas empresas que estão há tantos anos prestando serviço na região. Além disso, repassar alguns espaços públicos para a iniciativa privada, como é o caso de praças e canteiros centrais. Para você ter uma ideia, nós assumimos a gestão com 65 praças de 185 já cooperadas com a iniciativa privada. Em 26 dias, nós aumentamos em 23 o número de praças passadas para a iniciativa privada — quase uma por dia. Isso facilita porque quanto menos espaços a prefeitura tiver a obrigação de executar, menor será a demanda pelas equipes.

Além das concessões de praças, vocês estão pensando em outras áreas para essas parcerias?

Os canteiros centrais e laterais. Nós queremos que a iniciativa privada abrace isso justamente pela nossa pouca estrutura para cuidar de espaços como esses. Pinheiros tem mais de 80 mil árvores. É inviável achar que uma equipe de dez pessoas vai conseguir gerir uma estrutura desse tamanho. Nós queremos repassar aos poucos para a iniciativa privada esse trabalho. Tem sido muito positivo.

Existe uma certa desconfiança das associações em relação ao poder público. Como vocês estão fazendo para lidar com isso?

Cumprindo as promessas de campanha, fazendo gestão, como estamos fazendo.

Quando você fala em fazer gestão, o que isso significa?

É cortar custos que não são necessários. Para você ter uma ideia, eu tinha um contrato de café no meu gabinete, somente para o prefeito regional, em que se gastava mais de R$ 5 mil por ano. Isso foi cortado, pois não tem o menor cabimento o prefeito regional tomar café de maquininha e os funcionários tomarem café de coador. Esses pequenos gestos é que vão alterando a rotina. Economia nas contas de luz e água. Estamos tirando aparelhos da tomada, conscientizando os funcionários. Isso é gestão. Nós estamos renegociando , em até 15%, com todos os fornecedores. Até o mês de março, vamos ter um reflexo disso.