20 de dezembro de 2013
Quem é quem na região – Ame Jardins
Gazeta de Pinheiros, 20/12/2013
Associação luta pela conservação dos bairros verdes

Gazeta de Pinheiros – Como você ingressou na AME Jardins?
João Maradei – Antes de ingressar na AME Jardins, fui chefe de gabinete da Subprefeitura de Pinheiros e gerente da Avenida Paulista. Com o reconhecimento do trabalho que era voltado à fiscalização das concessionárias e à conscientização dos moradores sobre a importância de se cuidar da avenida, acabei convidado para integrar a AME Jardins.
GP – Quais são os principais trabalhos que a AME Jardins desenvolve?
JM – Prezamos principalmente pela manutenção da característica residencial dos bairros que compõem a região, que tem sua qualidade de vida afetada por diferentes motivos: trânsito, insegurança e uso e ocupação do solo de maneira indevida.
Caso não seja bem executado, o adensamento próximo aos corredores de ônibus permitirá que novas construções venham a penetrar gradualmente o perímetro formado pela Rua Estados Unidos e pelas avenidas Brigadeiro Faria Lima, Brasil e 9 de Julho. Já há casos deste tipo de invasão. Na Rua Irlandino Sandoval, por exemplo, os moradores conseguiram barrar um empreendimento na Justiça.
Outra característica da região que pode ser afetada pelo Plano Diretor é quanto ao meio ambiente. Os Jardins têm muitas praças e ruas arborizadas, que beneficiam a qualidade ambiental da cidade como um bolsão-verde. É notável a mudança de temperatura quando alguém sai da região da Avenida Paulista, por exemplo, e chega aos Jardins, onde o clima é ameno. Portanto, é errado pensar que novos empreendimentos devam ser liberados no entorno dos Jardins. Caso isso aconteça, a cidade é que sairá perdendo.
Além disso, a região tem bairros de relevância histórica para a cidade. O Jardim América, por exemplo, é o primeiro bairro-jardim do País.
Já em 2011, o IPT começou a vistoriar a região, identificando a interferência das redes elétricas nas árvores. O trabalho foi concluído em agosto de 2012, com 333 exemplares que deveriam ser removidos em caráter de urgência. Hoje os serviços de remoção e plantio são realizados pela Prefeitura com base nestes dados, com diferentes níveis de alerta sobre o estado das árvores.
GP – Quais são as principais dificuldades na AME Jardins?
JM – Alguns moradores dos Jardins, principalmente do América e Europa, não se mobilizam, não participam tanto das iniciativas que promovemos. Há um pouco de dificuldade em desenvolver o sentimento de “pertencer ao bairro”, principalmente naqueles moradores que são empresários e têm a vida muito voltada ao mundo corporativo. No, entanto, esse pensamento já mudou consideravelmente.
Por outro lado, esta dificuldade já não acontece com tanta frequência no Jardim Paulista e no Jardim Paulistano, onde nossas ações têm muito apoio dos moradores. Para se ter uma ideia, a maioria das parcerias que conseguimos para conservação de praças foi firmada nestes bairros por conta do envolvimento dos seus moradores. Temos públicos diferentes dentro de uma mesma associação.
GP – Quais as vantagens de uma associação contar com um diretor-executivo profissional?
JM – O conhecimento do fluxo de trabalho no poder público facilita muito o trabalho da entidade. Isso porque o morador muitas vezes desconhece o trâmite e faz confusões sobre a qual órgão devem encaminhar a demanda. Não basta redigir um ofício sobre uma árvore com problemas e enviar à administração municipal, pois assim como esta requisição há outras na região. Agora, se este documento foi feito de uma maneira mais profissional, com fotos e detalhes a solução será mais rápida. É preciso também cobrar os órgãos públicos depois.
Para se realizar um bom trabalho é preciso também uma boa assessoria de comunicação para que as ações sejam divulgadas entre os moradores e para que a entidade esteja sempre na mídia. Esse aspecto facilita a busca de parcerias para eventuais projetos.
Acredito que a AME Jardins seja uma entidade pioneira nesta função. Nosso modelo de gestão é procurado por diferentes bairros de São Paulo, com Pompeia, Paraíso e Itaquera.
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