12 de dezembro de 2016
Veja o que faz o alarme da casa disparar acidentalmente e saiba como evitar o problema
O grego Esopo escreveu a história de um jovem pastor que gritava “lobo” apenas para se divertir com as pessoas que corriam para socorrê-lo. Até que um dia o menino ficou realmente em risco, mas ninguém o acudiu, pois todos achavam que era mentira. A fábula ilustra, de certa forma, a situação de Alto dos Pinheiros, onde frequentemente alarmes residenciais disparam mesmo sem situações de perigo — uma “sinfonia” incômoda, que tira o sossego do bairro.
“Quando os sistemas de vigilância tocam constantemente sem haver perigo, tanto a polícia quanto os vizinhos começam a parar de se preocupar imediatamente. Conclusão: a residência fica menos segura”, diz Roberto Rocha, consultor de tecnologias na empresa de segurança Seg’d’Boa.
Paradoxalmente, a densa arborização, uma das melhores qualidades de Alto dos Pinheiros, é também um dos grandes motivos para que tantos alarmes dispararem no bairro sem causa aparente.
“Muitas casas na região usam cercas elétricas que acionam alarmes quando tocadas. A vegetação densa é o principal fator de disparos falsos em Alto dos Pinheiros. A resolução desse problema depende muito de os moradores fazerem a manutenção de seus jardins”, afirma Roberto Di Petta, diretor de segurança eletrônica da Aster, empresa que constantemente instala sistemas de segurança no bairro.
As chuvas de verão — muitas vezes, acompanhada por rajadas de ventos — agravam o problema. “Eu consigo ver que está chovendo numa região só observando os alarmes que vão sendo acionados”, conta Di Petta.
Sistemas de segurança mais baratos e menos eficientes também fazem o alarme disparar acidentalmente. “Não existe uma regulamentação desse setor, em que há uma competição agressiva, e muita gente oferece produtos de baixa qualidade, além de fazer instalações erradas, aumentando o índice de alarmes falsos”, ressalta Rocha, que acrescenta: “Algumas grandes empresas adotam padrão internacional de instalação e, por isso, são mais caras, mas melhores”.
O barulho insuportavelmente alto de alguns alarmes é decorrente dessa falta de regulamentação. Segundo Rocha, “quando não havia lei do silêncio, algumas empresas usavam sirenes de incêndio nos sistemas de segurança. Elas tocam a 120 decibéis. É alto demais, atrapalha os vizinhos”. Atualmente, o limite máximo, segundo a prefeitura, é de 60 decibéis.
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